Cowboy Forever

Viola nas costas.. Chapéu quebrado na testa... Amigos encontro a caminho da festa... Cowboy Forever - Paixão em estado bruto

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Oração do Matuto

Ói Deus,
nóis tá sempre pedindo as coisas pro Sinhô.
Nóis pede dinhero
nóis pede trabaio
nóis pede pra chovê
e se chove demais
nóis pede pra pará
mode a coiêta num afetá.
Nóis pede amô
nóis pede pra casá
pede casa pra morá
nóis pede saúde
nóis pede proteção
nóis pede paiz
nóis pede pra dislindá os nó
quando as coisa comprica,
mode a vida corrê mió.
Quando a coisa aperta nós reza
pedindo tudo que nos farta
É uma pedição sem fim
e se as coisa dá certo
nóis vai na igreja mais perto
e no pé de argum santo
que seja de devoção
nóis dexa sempre uns merréis
e lá nos cofre da frente
nóis coloca mais uns tostão.
Mais hoje Meu Sinhô
bateu uma coisa isquisita
e eu me puis a matutá
nóis pede pede e pede
mas nóis nunca pergunta
comé que o Sinhô está
se tá triste ou contente
se precisa darguma coisa
que a gente possa ajudá
e por esse esquecimento
O Sinhô há de nos descurpá.
Ói Deus, nóis sempre pensa
que o Sinhô não precisa de nada
mais tarvêz não seja assim
tarvêz o Sinhô precisa de mim
sim ... o Sinhô precisa, sim
precisa da minha bondade
pecisa da minha alegria
precisa da minha caridade
no trato com meus irmão.
Nóis somos o seu espêio
nóis somos a sua Criação
nóis num pode fazê feio
nem ficá fazendo rodeio
nem desapontá o Sinhô
nem amargá o seu sonho
que foi um sonho de amô
quando essa terra todinha criô.
Ói Deus, eu prometo
Vou rezá de outro jeito
vou pará com a pedição
e trocá milagre por tostão
tarvez até eu peça uma graça
mas antes eu vô vê direitinho
o que é que andei fazendo de bão
e se nada de bão eu encontrá
muito vou me envergonhá
e ainda vô pedí perdão.

Sonho de Caboclo

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=170lFXdS_ZA&gl=BR
Fiz um poema
Com palavras tão bonitas
Caprichei bem na escrita
E também fiz um canção
Fui no jardim
Colhi as flores mais belas
Margaridas amarelas
E a rosa branca em botão
Com muito gosto
Arrumei nossa casinha
Da sala até a cozinha
E carpi todo o quintal
Rocei o pasto
E consertei a porteira
Enfeitei a casa inteira
Como se fosse natal
Lá na varanda
Amarrei de novo a rede
Ajeitei bem na parede
O quadro da Santa Ceia
No chão da sala
Todo de terra batida
Dei uma boa varrida
Não ficou um grão de areia
Na nossa cama
Pus a colcha de piquê
Com as beiradas de crochê
Que você fez tudo a mão
Troquei as folhas
Com capricho e muito esmero
As penas do travesseiro
E palhas novas no colchão
Chegou o dia
Que você ia voltar
Eu cheguei até chorar
De tanta felicidade
Levantei cedo
E me arrumei com muito zelo
Reparti bem o cabelo
Igual gente da cidade
Botina nova
Que me apertava um pouco
Calça de Brim arranca-toco
E bigode bem aparado
De lenço branco
Camisa preta de lista
Eu parecia um artista
Daqueles bem afamado
E bem na hora
Que passava a jardineira
Me deu uma tremedeira
Quando a porteira bateu
Sai correndo
Lá pras bandas da estrada
Pra ver a sua chegada
Você não apareceu
A jardineira
Foi sumindo no estradão
Levando a minha ilusão
E a tristeza que ficou
Foi só um sonho
Sentei na cama chorando
Hoje está fazendo um ano
Que você me abandonou